terça-feira, 13 de março de 2012

Carta a uma amiga "muy querida"



Querida amiga-da-onça,

Você não me engana mais. Sura carinha de boa moça e beleza angelical não passa de uma diaba disfarçada. É, daquelas bem invejosas e prontas para ver a queda alheia. Ai, ai, como você me enganou. E eu, toda solidária, sem saber de seus verdadeiros sentimentos, dei todo meu amor, companheirismo e te contei todos os segredos. Desabafei, óh céus, como fui ingênua!

Mas olha, se você pensa que vou virar a cara para você, está muito enganada. Eu te conto um segredinho e este será o último, viu? Eu não sou anjinho. Não sou apenas uma boa moça. Sou uma boa moça vingativa. Adoro ver aqueles que me desejam o mal caindo no buraco mais profundo, quero ver você se ferrar. E usarei de todas as minhas artimanhas, intrigas e - olha só, que triste coincidência - também terei um rosto inocente e angelical. Mas tudo isso é só para te enganar, assim meu entretenimento estará completo! 

Ah, depois que eu te destruir, não se faça de coitada, ok?! Quem confiará em cobra ferida?! O seu veneno já foi destilado em minha veia e, graças a Deus, o soro me curou a tempo.

E que você se foda muito ainda nessa sua vida,

De sua querida - e ex otária - amiga. 

É um texto de minha autoria, porém não condiz com a realidade. Mas nada impede de eu ser a boa moça vingativa, viu?

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Em 2012, esqueça a etiqueta


It's not about the money, money, money
We don't need your money, money, money
We just wanna make the world dance
Forget about the price tag ♪

Em 2012 não quero desejar paz, felicidade, entre outros sentimentos clichês que vemos por aí. Quero desejar que eu seja valorizada pelo que eu sou, não pelo que eu tenho. Não sou hipócrita, como posso desejar que todo mundo é feliz, se as pessoas valorizam mais alguém que tem carro do que alguém honesto e sincero?! Que para eu ter amigos preciso ter R$100,00 no bolso e vestir uma roupa de marca do que ser companheira e leal? Esqueça os bens, o que tem e valoriza o ser humano pelo que é. Porque o que tem de valor fica nesse mundo, apodrece e - surprise! - perde o valor. Mas a essência, isso sim fica! O que você é, não morre, não envelhece, nunca perde o valor! 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Iniciação



Foi numa dessas manhãs sem sol que percebi o quanto já estava dentro do que não suspeitava. E a tal ponto que tive a certeza súbita que não conseguiria mais sair. Não sabia até que ponto isso seria bom ou mau — mas de qualquer forma não conseguia definir o que se fez quando comecei a perceber as lembranças espatifadas pelo quarto.Não que houvesse fotografias ou qualquer coisa de muito concreto — certamente havia o concreto em algumas roupas, uma escova de dentes, alguns discos, um livro: as miudezas se amontoavam pelos cantos. Mas o que marcava e pesava mais era o intangível.


Lembro que naquela manhã abri os olhos de repente para um teto claro e minha mão tocou um espaço vazio a meu lado sobre a cama, e não encontrando procurou um cigarro no maço sobre a mesa e virou o despertador de frente para a parede e depois buscou um fósforo e uma chama e fumei fumei fumei: os olhos fixos naquele teto claro. Chovia e os jornais alardeavam enchentes. Os carros eram carregados pelas águas, os ônibus caíam das pontes e nas praias o mar explodia alto respingando pessoas amedrontadas. A minha mão direita conduzia espaçadamente um cigarro até minha boca: minha boca sugava uma fumaça áspera para dentro dos pulmões escurecidos: meus pulmões escurecidos lançavam pela boca e pelas narinas um fio de fumaça em direção ao teto claro onde meus olhos permaneciam fixos. E minha mão esquerda tocava uma ausência sobre a cama.



Tudo isso me perturbava porque eu pensara até então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém. Até então aceitara todas as ausências e dizia muitas vezes para os outros que me sentia um pouco como um álbum de retratos. Carregava centenas de fotografias amarelecidas em páginas que folheava detidamente durante a insônia e dentro dos ônibus olhando pelas janelas e nos elevadores de edifícios altos e em todos os lugares onde de repente ficava sozinho comigo mesmo. Virava as páginas lentamente, há muito tempo antes, e não me surpreendia nem me atemorizava pensar que muito tempo depois estaria da mesma forma de mãos dadas com um outro eu amortecido — da mesma forma — revendo antigas fotografias. Mas o que me doía, agora, era um passado próximo.



Não conseguia compreender como conseguira penetrar naquilo sem ter consciência e sem o menor policiamento: logo eu, que confiava nos meus processos, e que dizia sempre saber de tudo quanto fazia ou dizia. A vida era lenta e eu podia comandá-la. Essa crença fácil tinha me alimentado até o momento em que, deitado ali, no meio da manhã sem sol, olhos fixos no teto claro, suportava um cigarro na mão direita e uma ausência na mão esquerda. Seria sem sentido chorar, então chorei enquanto a chuva caía porque estava tão sozinho que o melhor a ser feito era qualquer coisa sem sentido. Durante algum tempo fiz coisas antigas como chorar e sentir saudade da maneira mais humana possível: fiz coisas antigas e humanas como se elas me solucionassem. Não solucionaram. Então fui penetrando de leve numa região esverdeada em direção a qualquer coisa como uma lembrança depois da qual não haveria depois. Era talvez uma coisa tão antiga e tão humana quanto qualquer outra, mas não tentei defini-la. Deixei que o verde se espalhasse e os olhos quase fechados e os ouvidos separassem do som dos pingos da chuva batendo sobre os telhados de zinco uma voz que crescia numa história contada devagar como se eu ainda fosse menino e ainda houvesse tias solteironas pelos corredores contando histórias em dias de chuva e sonhos fritos em açúcar e canela e manteiga.


Caio Fernando de Abreu

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Comentários bizarros.


Já fui ateia e agora sou uma pseudo cristã. Gosto de preto, vermelho e tenho queda por verde. Sou loira, mas queria ser ruiva. Gosto de metal, mas reconheço que Katy Perry tem o seu valor. Ah, gosto de dance e a música de David Guetta soa em mim como heroína nas veias de um viciado. Gosto de escrever, pois alivia tudo o que eu sinto, já que não gosto de demonstrar o que eu sinto. Tenho uma tatuagem, mas penso em ter mais cinco. E mesmo assim, serei feminina. Quando sinto ódio de alguém, sempre sonho que estou matando, de preferência esfaqueando. É, só ficará no sonho mesmo. Tenho olhos verdes, mas são os olhos verdes mais feios do mundo. Tenho um filho que amo muito, mas às vezes me estressa. Então, quando estou estressada, ele faz uma graça que só criança sabe fazer e volto a cair de amores por ele novamente, tornando um círculo deliciosamente vicioso. Pensei, por um longo tempo, que era lésbica. Descobri que sou hetero, mas acho que por pensar assim não posso preconceito contra homossexuais. Não, acho que nunca tive preconceito. Quando vejo um homofóbico, ficou com ódio dele. E aí, sonho que estou matando, de uma maneira bem cruel. Tenho preconceito contra vadias. Defendo cachorrinhos sim, por isso fiquei comovida com o assassinato do yorkshire. Tenho uma mãe e uma irmã que amo muito, são a minha vida. E sinto falta de amigos, mas não qualquer amigo. Alguém bizarro, alguém que não me faça sentir estranha.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Sorry, game over!



"Tá tudo acabado", "Acabou". São expressões que ninguém quer ouvir, mas quando não aguenta mais está doido para soltá-las. É díficil superar o final de um relacionamento, especialmente quando este durou muito tempo. Impossível? Creio que não. Dói muito você deixar uma rotina, um amor, algo que era bastante valioso ir embora, restando só lembranças.

Entretanto, o fim de algo é início de uma nova era, uma nova vida, podemos assim dizer. Aquela célebre frase "O tempo cura tudo" é a mais pura verdade. No começo doerá, ficará desanimada com a vida, saíra e só conseguira pensar naquele amor. Ficará se culpando do fim do relacionamento, quando na verdade, são vários fatores que levaram à aquele resultado. 

Mas aí, você tem que pensar: não foi melhor tudo terminar assim, agora?! E se tivesse continuado, será que poderia estar sofrendo mais? É bom refletir que, às vezes, o melhor é guardar lembranças boas do que guardar aquelas amarguras que vai ofuscar o que ocorreu de bom. Aí saíra novamente, conhecerá gente nova e aí perceberá que sua vida está caminhando. Você não morreu, não parou a sua vida por causa de um namoro, um relacionamento, uma amizade, seja qual for. A vida continua, você conhece muita gente, se envolverá novamente. E assim começa. É um círculo vicioso, um gostoso círculo vicioso.

Viu?! Agora esqueceu! O tempo cura tudo não?! Não sei quanto demora toda essa caminhada, pode ser dois meses à dois anos, depende de cada um. Mas isso demonstra que ninguém parará no tempo por causa de algo que findou. O fim de algo é começo de outra coisa muito melhor. Guarde isso com você!

Web novela

Boa tarde meus amores! Como vão?!
Bom, eu estou planejando escrever uma web novela, estou morrendo de saudades. No entanto queria saber se daria leitores. A enquete está aberta aqui no blog até a semana que vem (19/12). Não deixem de responder heim!

Beijos :*

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O dono do mundo



Não sou mercadoria para ter um valor em dinheiro, não sou boneca para fazer todas as suas vontades. Sou humana, tenho minhas vontades, rio e choro e fico chateada quando você toma essas atitudes. Fico mesmo. Mas chega já. Se quiser tirar tudo, fazer suas ameaças que envolve essa raiz dos males, pode fazer: elas não me atingiram, eu não sou assim. Aliás, você deveria saber que não sou assim: eu te amo pelo que você é, não pelo que você tem. 
Mas aprende uma coisa: paciência tem limite e amor acaba. Inclusive esse amor que nasce com a gente e vem construindo ao longo do tempo. Apesar de ser o mais antigo dos amores que uma pessoa tem, não resiste a tantas decepções, tantas humilhações. Ele acaba sim, apesar de você não acreditar nisso. E o meu está perto do prazo de validade.
E quando precisar daquele amor, o amor de verdade, aquele que nenhum dinheiro compra, você não terá. Aí, então, não poderei fazer nada por você.